
De tempos em tempos, é observado na área de Nutrição um certo "fenômeno": a demonização de determinado alimento ou nutriente.
Assim já foi com o ovo, devido ao seu conteúdo de colesterol (semelhante ao de outras carnes, mas ainda hoje escuto médico proibindo seu consumo para portadores de dislipidemias). Depois, a manteiga, que permitiu a criação de um substituto que (teoricamente) não causaria os mesmos danos.
Como são assuntos mais complexos, vou deixar para outros posts.
Neste, vou comentar um pouco sobre a "onda" mais recente, da restrição de carboidratos, principalmente depois das 18 hs (sinceramente, ainda não descobri como chegaram a este horário...).
Desde que o Dr. Athinks criou sua dieta, sem carboidratos, permitindo um consumo elevado de proteínas e gorduras saturadas (aquelas de origem majoritariamente animal), com resultados rápidos na redução de peso, os carboidratos passaram a ser os "vilões" da alimentação. Afinal, se algo tão simples deu resultado, por que ninguém revelou isso antes?
Os carboidratos são um grupo: amido (milho, arroz, farinha de trigo, batata, mandioca, mandioquinha, cará, inhame), glicogênio (forma de glicose armazenada nos músculos e fígado), sacarose (açúcar), frutose (frutas), lactose (leite), que são digeridas e absorvidas na sua menor forma: glicose, maltose e galactose. E, no processo metabólico, serão convertidos sem glicose. Formam a base da pirâmide alimentar, desenvolvida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em 1992.
E para que uma base serve? Para criar uma sustentação!
Essa "sustentação" dos carboidratos são a energia (calorias) fornecida por eles, para desenvolvermos nossas atividades de rotina e exercícios, manter nosso corpo em funcionamento, mesmo em descanso ou dormindo (seu coração pulsa, seu pulmão capta o ar, os rins filtram o sangue...). A gordura também tem essa função, mas a produção dessa energia para utilização é mais demorada.
Quando consumimos menos energia que o necessário, o que ocorre?
Lembra quando a mãe ou avó dizia: "saco vazio não para em pé" ? É a mais pura verdade!
Começamos a nos sentirmos cansados, desanimados, sonolentos, temos tontura, dor de cabeça, visão embaralhada... São sinais que seu corpo está tentando trabalhar em um ritmo menor, para gastar menos energia, já que o alimento que o fornece está chegando em quantidade menor do que o necessário.
Comparando com um carro: se temos o tanque cheio de combustível, podemos locomover por mais tempo e mais despreocupados. Porém, quando a luz do sinal de "reserva" se acende, temos duas opções: voltar a encher o tanque, ou controlar velocidade e quilometragem, para não parar antes do ponto final.
E, voltando a questão de consumir ou não carboidratos após às 18 hs... Se for um período de descanso, de ficar no sofá só assistindo tv, é adequado DIMINUIR a quantidade de carboidratos, mas não ABOLIR. Afinal, o combustível tem que dar conta de manter o corpo trabalhando até a próxima refeição.
Mas, no caso de pessoas que trabalham durante o período da noite / madrugada, ou fazem atividade física, é preciso fazer a adaptação das quantidades para esse gasto energético.
Além disso, mais uma informação: a glicose é o único nutriente que alimenta o cérebro, como fonte de energia!
Já conheceu alguém fazendo uma dieta restrita em carboidratos e ela se mostrou irritada, desconcentrada, deprimida?
Ou seja, sem glicose, nem pensamos direito!
E mal falei das QUANTIDADES, ainda tenho que falar da QUALIDADE dos diferentes carboidratos.
É por isso que eu digo, eu to feliz da vida e com direito à salada de fruta com chantily... Isso é bom demais, dra. Renata! Beijo amore, ficou muito bom esse post! Tati
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